sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Quando a consulta vira um problema


Certo dia pela manhã, Manuela acorda com os olhos vermelhos e inchados. Ao perceber o que lhe ocorre, vai direto ao computador, acessa o Google e digita: “vermelhidão nos olhos”. Prontamente, o site apresenta 53.400 links informando sobre o assunto.

Descobre que essa vermelhidão pode ser uma inflamação na conjuntiva, falta de lubrificação, ou até blefarite crônica, que é uma infecção ou inflamação das margens palpebrais. Ao perceber a infinidade de possibilidades, ela pesquisa qual colírio ou remédio pode tratar seu problema.

Prontamente aparecem mais 12.300 links que podem ajudá-la. O espantoso é que no mesmo site o qual indica que a pessoa deve procurar um oftalmologista, não deixa de informar o nome do tal colírio que ela pode utilizar.

Após ver as indicações, Manuela sabiamente marca um oftalmologista e, como está informada sobre as possibilidades e sobre qual colírio utilizar, aguarda receber uma notícia melhor do que pesquisou na rede e fazer o seu tratamento correto.

Automedicação

Infelizmente, essa atitude de pesquisa para saber mais informações é rara de acontecer. O acesso ao mundo das informações na internet está levando muitos pacientes a serem seus próprios médicos, ou seja “médicos virtuais”. Mas esta democratização tem perigosos efeitos colaterais.


No livro O futuro da Humanidade (foto), do psiquiatra Augusto J. Cury, esse assunto é retratado de maneira bastante questionadora. Cury conta que alguns internautas realizam seus próprios diagnósticos, sem nenhum exame, fazem as suas prescrições e se automedicam de acordo com a intuição.

A particularidade de cada organismo é esquecida e os problemas futuros tenderão a acontecer. A medicina avançada nos trás toda semana novas descobertas e novos medicamentos que podem curar milhares de vidas em todo o planeta e deixa exposto todo esse conteúdo para qualquer um ver na internet.

Clique aqui para baixar o livro.


Pesquisa

De acordo com a UNIFESP, dentre 3.276 usuários (58% da América do Norte; 28% da Europa e 14% de outros locais), 79% buscavam informações sobre medicina, 16% tinham feito compras de medicamentos via internet (só 8% com receitas médicas) e 32% já teriam realizado consultas online, embora a pesquisa não tenha distinguido com clareza a busca de informações ou consultas médicas propriamente ditas.

Além da facilidade de se encontrar a informação na Internet, houve um aumento da quantidade de lan houses no Brasil – nada menos que 49% de todo acesso à internet no país, sendo que, quanto mais jovem e pobre for o usuário, esse índice aumenta ainda mais.

Em famílias com renda até R$380, o uso de lan houses chega a 78%. E como a saúde pública brasileira vai de mal a pior, pois entre marcar uma consulta e receber o atendimento pelo SUS o cidadão leva pelo menos uns 30 ou 40 dias, a tendência inevitável é recorrer-se a informações médicas online.

Um comentário:

  1. A matéria ficou boa! Mas os links para páginas externas devem abrir uma nova janela (target=_blank).

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